Thursday, February 12, 2015

Cavernas Luminosas


"A jornada da exploração e da descoberta é razão o suficiente para 
buscarmos respostas" - Albert Eistein

A história desta semana vem do estado americano de Novo México onde o clima é conhecido por ser ensolarado e seco. Durante 25 anos o americano Ra Paulette se dedica a esculpir belas cavernas de arenito usando apenas instrumentos manuais. Seu objetivo é usar a estética de suas cavernas para que que seus visitantes desenvolvam um aprofundamento em suas emoção a ponto de atingirem uma verdadeira transformação interior.

A história de Ra Paulette vem de encontro ao belo ensinamento budista sobre trabalho: "nosso trabalho deve afetar positivamente os seres vivos, a comunidade e o ambiente".

"Trabalho manual e a base da minha expressão pessoal. Para fazer bem feito, para fazer um trabalho bonito, esta é uma atividade de 'uma pessoa inteira', unindo a forças mentais e emocionais com força física."

Trabalho de escavação de Ra Paulette, Novo México

Nos últimos 25 anos o americano Ra Paulette, de 67 anos, vem raspando e modelando cavernas de arenito no Novo México usando apenas instrumentos manuais, transformando-as em 'santuários selvagens' como ele mesmo as chama. 

Ra não tem diploma em esculturas, não é engenheiro e nem arquiteto. Ra é simplesmente um homem que encontrou sua paixão. "Quando se está fazendo o que ama e está atraído por isso, você quer fazer aquilo o tempo todo", diz Ra. "Na arte social a criação do trabalho de arte por si só não é o objetivo como em uma exposição, mas sim uma forma de trazer mudança social. Ao usar a estética para abordar o sofrimento da sociedade, a arte social não se contenta em meramente decorar o mundo, ela tem a intenção de modificá-lo".


Algumas de suas cavernas possuem eletricidade, chão de madeira e água corrente

Ra já escavou ao todo doze cavernas, todas iluminadas pela luz solar que ele deixa entrar por buracos no teto ou janelas. Algumas de suas propriedades foram encomendadas e vendidas por quase $1 milhão de dólares, sendo que todo dinheiro fica para o corretor e não para o artista, que não pretende ficar rico com sua obra de arte, apenas curtir o processo de escavação.

Magnun Opus
Seu mais recente projeto, o Magnun Opus que ainda levará vários anos para ser completado, está sendo escavado para se tornar um espaço comunitário para a população local. Um local de reflexão, onde as pessoas possam encontrar paz na solidão e ouvirem seus sentimentos a ponto de entenderem a si mesmos e à vida. 

Recentemente, muito tempo depois do início destas atividades, Ra ganhou notoriedade e chamou a atenção de um cineasta, que passou 3 anos acompanhando a rotina dele para filmar o que hoje é um documentário chamado "Cave Digger", trabalho indicado ao Oscar de melhor documentário em curta-metragem em 2014.

E Ra nos deixa com a pergunta: "Como podemos mudar o que fazemos antes de mudarmos o que sentimos?"




Fontes: 
websites: The Caves of Ra Paulette, CBS News
livros: Os Monges e Eu - Mary Paterson
documentary: Cave Digger

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