Thursday, April 16, 2015

30 perguntas sobre si mesmo que você deveria ser capaz de responder aos 30

Não pense demais, aproveite a jornada enquanto você pode.

Seus 20 anos são o momento de fazer perguntas, seus 30 o momento de respostas.

Pelo menos é isso o que todos nos fazem acreditar. Tudo bem cometer erros quando se tem 20 anos, aprender com as experiências e explorar todas as possibilidades que um dia pareceram tão longe de nós. Os 30, no entanto, são uma outra experiência, uma outra busca. 

Obviamente ainda somos jovens aos 30. De maneira alguma paramos de aprender, de crescer ou de questionar, mas aos 30 deveríamos saber algumas coisas sobre nós mesmos que talvez nem pensamos em perguntar aos 20.

Essas perguntas não são sobre o que você deveria estar fazendo ou como deveria estar investindo seu dinheiro. São perguntas sobre quem você é como pessoa e que tipo de pessoa quer se tornar.

Elas são o tipo de perguntas que você precisa saber responder para si mesmo antes de responder a mais alguém. São perguntas pessoais - perguntas descobertas após anos de auto-análise. 

Não estamos velhos aos 30, mas estamos mais velhos. Ser mais velho significa ser mais sábio, e ser mais sábio significa ter algumas respostas.

1. O que eu procuro em um(a) parceiro(a)?
Aos 30 você não deve tentar adivinhar o que se quer em um relacionamento, mas deve correr atrás do que se quer.

2. É essa a pessoa com quem eu quero passar o resto da minha vida?
Se você está esperando que a pessoa com quem você está mude, mexa-se. Pessoas nunca mudam, mas a forma como olhamos para elas sim. 

3. O que me fará feliz?
Você sabe o que quer e o que não quer. Se você ainda está infeliz aos 30, essa é uma pergunta para você se convencer do que quer. 

4. Vale a pena?
Se o que você está fazendo hoje vale o sacrifício, você está fazendo a coisa certa. Se não, caia fora.
5. É esse o trabalho que eu quero ter daqui há 10 anos?
Seus 20 são a hora de aceitar aqueles trabalhos experimentais. Aos 30 você deveria estar a caminho do trabalho que sempre sonhou.

6. Sinto falta dele? Sinto falta dela?
Se você ainda está pensando naquele alguém que se foi, existe uma razão. Você não está mais usando esses anos para ficar vacilando, mas para tentar ao máximo trazer esse alguém de volta. 

7. Tenho arrependimentos reais?
Seus 30 consistem em consertar seus erros ou em deixar os velhos para trás e não em cometer novos.

8. Quais objetivos eu ainda tenho?
Não olhe para os objetivos que você nunca alcançou, olhe para aqueles que você ainda quer alcançar.

9. Qual impacto quero causar?
Você sabe que não tem que cumprir isso até os 30, mas deveria estar a caminho.

10. Quero uma família?
Não existe resposta certa ou errada e aos 30 você parou de se preocupar com isso.

11. Meus amigos são mesmo meus amigos?
Você aprendeu durante os seus 20 que não precisa de muitos amigos, apenas dos certos.

12. Eu sou um bom amigo?
A maneira como as pessoas te tratam em seus relacionamentos aos 20 é um indicativo do tipo de amigo que você ainda é aos 30.

13. É essa a cidade na qual eu quero morar?
Você passou seus 20 e poucos anos se mudando para todo lugar, agora você sabe onde está pronto para parar. 

14. Quando foi a época mais feliz da minha vida?
Se você ainda não sabe, ela está adiante. Se você sabe, leve sua vida nesse sentido. 

15. Sou uma boa filha? Sou um bom filho?
Você sabe que já não conta tanto com seus pais, mas dê a eles a confiança de contar com você.

16. Eu sou uma boa pessoa?
Isso é algo que você tem que saber independente da sua idade. Olhe para você. 

17. Eu me importo com que os outros pensam?
Você sabe que talvez nunca deixe de se importar, mas aos 30 isso deixou de te afetar. 

18. Eu deveria me sentir culpado em excluir alguém da minha vida?
Você aprendeu com todos aqueles relacionamentos desfeitos quando você tinha 20 e poucos anos que nem todas as amizades valem seu tempo e energia.

19. Meus amigos são os que eu quero para a vida toda?
Seus 20 não são o momento de formar laços para a vida toda e seus 30 são o momento de você entender isso. 

20. As pessoas me respeitam?
Você construiu um nível de respeito aos 20, aproveite isso aos 30.

21. Eu me importo com o meu corpo o suficiente?
Quando você faz 30, essa dúvida tem menos a ver com encontrar soluções e mais a ver com encontrar aceitação. 

22. Eu consigo me defender sozinho(a)?
Seus 20 foram o momento de encontrar sua voz, seus 30 são o momento de usá-la.

23. É muito tarde para mudar?
Seus 20 foram a hora de perguntar isso, seus 30 servem para provar o contrário; não é muito tarde para mudar.

24. Preciso de alguém?
Aos 30 você deve saber a diferença entre o que você precisa e o que você quer. Essa diferença vai te salvar de todos aqueles relacionamentos horríveis. 

25. Preciso de mais?
Seus 20 tinham a ver com "gula". Mas aos 30 anos, no entanto, você sabe quando o suficiente é suficiente e quanto é demais. 

26. Estou pronto para ser adulto?
Seu nível de maturidade não depende da sua idade. Apenas aos 30 você aprende isso.

27. Eu me desafiei?
Seus 20 anos serviram para você aprender o quanto viver de rotina pode ser ruim, seus 30 envolvem a coragem para mudar isso. 

28. Vou encontrar um amor?
Os 30 não são o momento de procurar por um amor, você deveria estar confortável o suficiente com si mesmo(a) para parar de se preocupar com isso.

29. Eu tenho a vida que sempre quis?
Seus 20 anos tinham a ver com sonhos. Seus 30 têm a ver com execução. 

30. Eu tenho mesmo 30?
Sim, mas a idade não assusta mais. Você está mais velho, mais sábio e mais ousado depois daqueles selvagens e desorientados 20 e poucos anos. 

Título original: 30 Questions You Have About Yourself You Should Be Able To Answer By 30 - by Lauren Martin from Elite Daily
Tradução livre: Maria Fernanda Cotrim

Thursday, April 9, 2015

Mentes Fortes

"Força física requer boas escolhas do que entra em nosso corpo. Força mental requer boas escolhas do entra em nossa mente."  Amy Morin

A frase acima é de autoria da psicoterapeuta e assistente social Amy Morin que é especialista em saúde mental e escreve para a Forbes na coluna sobre os aspectos psicológicos dos negócios.

Em 2013 Amy escreveu uma lista de coisas que pessoas de mentes fortes evitam, o artigo foi o maior sucesso, tendo quase 10 milhões de visualizações. Essa lista é mais direcionada a empresários, mas todos podemos nos beneficiar dessa seleção de tópicos.


Pessoas de mentes fortes: 13 coisas que elas evitam

1. Perder tempo sentindo pena de si mesmas. Não vemos pessoas de mentes fortes sentindo pena de suas circunstâncias ou perdendo tempo pensando em como elas foram maltratadas. Elas aprenderam a se responsabilizarem por suas ações e resultados e têm um entendimento inato de que frequentemente a vida não é justa. Elas são capazes de sair de situações difíceis com uma auto-consciência e gratitude pelas lições aprendidas. Quando uma situação se torna ruim, elas respondem com frases do tipo "Bom..." Ou simplesmente "Próximo!"

2. Entregar seu poder. Pessoas de mentes fortes evitam dar aos outros o poder de fazer com que elas se sintam inferiores. Elas sabem que estão no controle de suas próprias ações e emoções. Elas sabem que sua força está na habilidade de controlar a maneira como reagem as adversidades. 

3. Temer mudanças. Pessoas de mentes fortes aceitam mudanças e desafios. O maior "medo" delas, se é que existe algum, não é o desconhecido, mas de ficarem complacentes e estagnadas. Um ambiente de mudanças e até incertezas podem energizar uma pessoa de mente forte e ajudar a por pra fora o melhor de si.

Mudanças são necessárias e positivas


4. Gastar energia com coisas que não estão sob seu controle. Pessoas de mentes fortes não reclamam (muito) do trânsito, da bagagem extraviada e principalmente de outras pessoas, pois elas reconhecem que todos esses fatores estão geralmente fora do seu controle. Em situações ruins elas sabem que a única coisa que podem controlar são suas respostas e atitudes e elas fazem bom uso desses atributos.

5. Se preocupar em agradar aos outros. Conhece alguém que agrada a todos? Ou, ao contrário, alguém que desvia de seu caminho só para desagradar aos outros como forma de reforçar sua imagem de durão? Nenhuma dessas posições é boa. Uma pessoa de mente forte se esforça para ser gentil e justa e agradar aos outros quando apropriado, mas não tem medo de se defender. Sabe que existe a possibilidade de alguém se chatear e se esquiva da situação, sempre que possível, com elegância. 

6. Temer correr riscos calculados. Uma pessoa de mente forte está disposta a correr riscos calculados. Isso é completamente diferente de se jogar de cabeça em riscos tolos. Mas com uma força mental, um indivíduo pode colocar na balança todos os riscos e benefícios e avaliar as desvantagens e o pior dos cenários antes de agirem. 

7. Pensar demais no passado. Há mérito em reconhecer o passado e especialmente em reconhecer as lições aprendidas no passado - mas uma pessoa de mente forte é capaz de evitar se afundar em decepções passadas ou em fantasias dos "tempos de glória" que já se foram. Elas investem sua energia criando um ótimo presente e futuro. 

8. Cometer os mesmos erros novamente. Todos nós sabemos a definição de insanidade, certo? É quando fazemos as mesmas coisas do mesmo jeito esperando por resultados diferentes e melhores do que tivemos antes. Uma pessoa de mente forte assume responsabilidades por ações passadas e está disposta a aprender com seus erros. Estudos mostram que a habilidade de fazer uma auto-reflexão de maneira precisa e produtiva é um dos pontos fortes de excelentes executivos e empreendedores. 

9. Ressentir-se do sucesso alheio. Exige força de caráter sentir-se genuinamente alegre e entusiasmado com o sucesso alheio. Pessoas de mentes fortes tem essa habilidade. Elas não ficam ressentidas ou com ciúmes quando outros alcançam o sucesso (apesar de prestarem bastante atenção no que o outro fez bem). Elas estão dispostas a trabalhar duro para terem suas próprias chances de sucesso, sem procurarem um atalho.

10. Desistir após um fracasso. Cada fracasso é uma chance de melhora. Mesmo os maiores empreendedores admitem que seus esforços no começo trouxeram muitos fracassos. Pessoas de mentes fortes estão dispostas a falharem de novo e de novo se necessário, com tanto que o aprendizado a partir dessas falhas o tragam mais próximos de seus objetivos.

11. Temer o período de solidão. Pessoas de mentes fortes gostam e valorizam o tempo que passam sozinhas. Elas usam esse tempo para refletirem, planejarem e serem produtivas. Mais importante, elas não dependem que os outros sustentem sua felicidade e bom humor. Elas podem ser felizes com os outros e também podem ser felizes sozinhas.

12. Achar que o mundo lhes deve alguma coisa. Particularmente com a economia atual, executivos e empregados de todos os níveis entendem que o mundo não lhes deve um salário, um pacote de benefícios e uma vida confortável independente de sua preparação e nível escolar. Pessoas de mentes fortes entram no mundo preparadas para trabalharem e crescerem com seus próprios méritos.

13. Esperar resultados imediatos. Seja um plano de malhação, uma dieta ou o início de um novo negócio, pessoas de mentes fortes trabalham para o longo prazo. Eles sabem que não devem esperar por resultados imediatos. Elas colocam suas energias e tempo em doses pequenas e comemoram cada passo dado e cada pequeno sucesso ao longo do caminho. Elas têm perseverança. E elas sabem que mudanças genuínas tomam tempo.


Você tem uma mente forte? Tem algum item dessa lista que você precisa melhorar?


Para ver o texto original clique aqui: Mentally Strong People: The 13 Things They Avoid

Thursday, April 2, 2015

O Poder da Gratidão


"Gratidão é sinal de uma alma nobre" - Esopo, escritor da Grécia antiga


Gratidão é a chave para a felicidade


Quando procuro assuntos para serem colocados nesse blog eu escolho apenas aqueles que me tocam. Aqueles que me emocionam e que carregam uma mensagem que vale a pena ser dividida. E é isso que o TED faz. O canal se chama TED Talks - Ideas Worth Spreading que se traduz como ideias que valem a pena serem compartilhadas.

Essa primeira palestra TED que escolhi trata da gratidão. O monge David Steindl-Rast medita e escreve sobre o "poder gentil" da gratidão. Nessa palestra ele nos ensina a importância da gratidão e quando e como ser grato.

 Fiquei feliz em descobrir que essa palestra já havia sido traduzida para o português e que já foi vista por mais de 4 milhões de pessoas ao redor do mundo.

Então abaixo está o link para o video e também algumas frases marcantes ditas pelo monge.

Link: TED

"Todos nós queremos ser felizes. Nisso estamos todos juntos. A forma como imaginamos nossa felicidade varia de uma pessoa para outra, mas já é bastante que todos tenhamos em comum o fato de querermos ser felizes".

"Como é a conexão entre felicidade e gratidão? Muitas pessoas diriam: "Bom, isso é muito fácil. Quando se está feliz, sente-se gratidão". Mas pensem novamente. Será que são mesmo as pessoas felizes que são gratas? Todos conhecemos um grande número de pessoas que têm tudo para serem felizes e não são felizes, porque elas querem algo a mais ou querem mais do mesmo. E todos conhecemos pessoas que passam por várias adversidades, adversidades pelas quais nós próprios não gostaríamos de passar, e são profundamente felizes. Elas irradiam felicidade. É surpreendente. Por quê? Porque elas são gratas. Então, não é a felicidade que traz a gratidão. É a gratidão que traz a felicidade. Se vocês pensam que é a felicidade que os torna gratos, pensem novamente. É a gratidão que os torna felizes."

"Cada momento é um momento dado, como dizemos. É um presente. Você não fez por merecer. Você não o produziu de maneira nenhuma. Não há nenhum jeito de ter certeza de que haverá outro momento dado a você. E, mesmo assim, essa é a coisa mais valiosa que poderia ser dada a nós. Este momento, com todas as oportunidades que ele contém. Se não tivéssemos esse momento presente, não teríamos qualquer oportunidade de fazer ou vivenciar coisa alguma. E esse momento é um presente. É um momento dado, como dizemos."

"Oportunidade é o presente dentro de todos os presentes, e nós temos um ditado: "A oportunidade só dá uma chance". Pensem novamente. Cada momento é um novo presente e se você perder a oportunidade deste momento, outro momento nos é dado, e ainda outro momento. Podemos nos beneficiar dessa oportunidade, ou podemos desperdiçá-la, e se nos beneficiarmos da oportunidade, essa é a chave para a felicidade. Observem que a chave mestra para a nossa felicidade está em nossas próprias mãos. Momento a momento, podemos ser gratos por esse presente."

"Passamos pela vida com pressa. Nós não paramos. Perdemos a oportunidade porque não paramos. Temos que parar. Temos que nos aquietar. E temos que construir placas de 'Pare' em nossas vidas."

"As pessoas estão ficando cientes de que um mundo grato é um mundo feliz."

E você? Pelo o que você é grato?


Thursday, February 19, 2015

Você tem medo de que?

"Eu aprendi que a coragem não é a ausência de medo, mas a vitória sobre ele. O homem corajoso não é aquele que não sente medo, mas aquele que o domina." - Nelson Mandela

Hoje vamos falar sobre medo. Será que sentir medo é tão negativo assim? Para discutirmos esse assunto vou contar a história de uma mulher que simplesmente não sente medo de nada. Vamos entender de onde vem nossos medos e como dominá-los.


Cena do filme 'Monstros S/A'

Para se ter uma ideia de como a ausência total de medo pode ser perigosa, nossa personagem de hoje não pode ter sua identidade revelada, nem mesmo para jornalistas, que só são permitidos intrevistá-la por telefone, pois qualquer pessoa mal intensionada pode usar-se desse fato para prejudicá-la, por isso ela é apenas conhecida como S.M..

S.M. é portadora de Urbach-Wiethe, uma doença rara que afeta apenas 400 pessoas no mundo. De acordo com o site de notícias abcNews a doença causa um dano na amígdala, uma estrutura cerebral que tem a forma de uma amêndoa onde são processadas emoções como medo, amor e raiva. Nesse caso, S.M. tem depósito de cálcio nas amígdalas, dos dois lados do cérebro, não permitindo que ela sinta medo.
Por esse motivo S.M. tem a tendência de acreditar nas pessoas, a confiar no que elas dizem e por isso já se viu em situações perigosas algumas vezes.

Podemos então dizer que seria muito difícil vivermos sem medo. Que ele é na verdade benéfico, e nos avisa que estamos em situação de perigo para que nosso corpo reaja. 
De acordo com o neurocientista Dr. Antonio Damasio da University of Southern California, emoções são instintos, já vêm prontos, não precisamos pensar, o medo nos guia a termos o comportamento correto quando em perigo.

No entanto, o excesso de medo também é prejudicial. Vários cientistas estudam sobre o medo e a conclusão a que se chega é que tomamos as situações de uma forma muito pessoal. Tendemos a sentir medo profundo apenas assistindo ao noticiário ou ao ouvirmos sobre um acidente que aconteceu com outra pessoa. Muitas pessoas tem pavor de andar de avião, mesmo sendo provado que este é o meio de transporte mais seguro que existe, o fato dos acidentes aéreos serem sempre sensacionalistas nos assusta. As temidas cobras matam em média de 85 a 100 pessoas no Brasil, muito pouco, já problemas do coração matam, só no Brasil, 344 mil pessoas por ano. Portanto, devemos evitar assistir a programas sensacionalistas na TV e lermos mais notícias boas. Viver com medo pode causar doenças cardíacas, derrames e depressão e é com isso que devemos nos preocupar e não com eventos isolados e que estão longe de nós.

E como podemos então dominar nossos medos?  

"Uma das coisas que fazem com que os humanos sejam tão diferentes dos outros animais é a capacidade de falarmos com nós mesmos dentro de nossas mentes." explica Dr. Greg Downey, cientista na Universidade da Australia. A essa capacidade dá-se o nome de 'funções executivas'. 
Monstros S/A
Para dominarmos o medo é preciso substituirmos nossas preocupações irreais por eventos reais. Devemos lembrar que na maioria das vezes tudo não passa de ansiedade. Se o telefone tocar as 3 da manhã pode ser apenas engano ou alguém que se confundiu com o fuso horário, não necessariamente virá uma má notícia. 

Outra forma de dominarmos os nossos medos é enfrentando-os. Primeiro tente se lembrar de onde esse medo vem, tente entendê-lo e então encare-o de frente. Para ilustrar recorro ao podcast Invisibilia para buscar a história de um rapaz que sentia medo profundo de rejeição.   Jason Comely, um TI freelancer de Ontário, Canadá foi deixado por sua esposa; ela a trocou por um homem aparentemente melhor que ele em muitos aspectos, depois desse evento, Jason que nunca foi medroso, começou a sentir profundo medo de rejeição. Depois de muito sofrer, e se isolar, ele decidiu dar um basta em seu medo e criou um método a que ele chama de 'Terapia da Rejeição'. O objetivo da terapia é tentar ser rejeitado uma vez ao dia: "Por favor, você tem um chiclete?" "Não." "Obrigado". Todos os dias ao acordar, Jason pensava em uma forma de ser rejeitado, como por exemplo pedir a um amigo que lavasse suas roupas, ou convidar um amigo do Facebook que ele nunca viu pessoalmente para almoçar, e assim por diante. Aos poucos ele transformou o que ele tinha medo em algo que ele queria, então ele se sentia bem. "Consegui, ganhei minha rejeição do dia". 
Jason começou então a vender cartões com sugestões de rejeição na internet, e ajudou muita gente que sofria do mesmo medo. 
O resultado de sua terapia foi uma vida com menos medo. "Na verdade foi mais difícil ser rejeitado do que eu pensava, muitas pessoas na verdade aceitavam." conta Jason com segurança. "A verdade é que contamos histórias para nós mesmos que não são verdade, e nós acreditamos nelas". 

Fecho esse artigo com um dilema:

- Se você não tem medo mais coisas ruins podem acontecer com você, mas você não as vivencia como sendo horríveis.
- Se você tem muitos medos, poucas coisa ruins podem acontecer, mas é provável que sua vida seja mais dolorida para você. 

Também aproveito para sugerir alguns sites de boas notícias:
Fontes: 
podcasts: Invisibilia e Savvy Psychologist
revista: Mente & Cérebro

Thursday, February 12, 2015

Cavernas Luminosas


"A jornada da exploração e da descoberta é razão o suficiente para 
buscarmos respostas" - Albert Eistein

A história desta semana vem do estado americano de Novo México onde o clima é conhecido por ser ensolarado e seco. Durante 25 anos o americano Ra Paulette se dedica a esculpir belas cavernas de arenito usando apenas instrumentos manuais. Seu objetivo é usar a estética de suas cavernas para que que seus visitantes desenvolvam um aprofundamento em suas emoção a ponto de atingirem uma verdadeira transformação interior.

A história de Ra Paulette vem de encontro ao belo ensinamento budista sobre trabalho: "nosso trabalho deve afetar positivamente os seres vivos, a comunidade e o ambiente".

"Trabalho manual e a base da minha expressão pessoal. Para fazer bem feito, para fazer um trabalho bonito, esta é uma atividade de 'uma pessoa inteira', unindo a forças mentais e emocionais com força física."

Trabalho de escavação de Ra Paulette, Novo México

Nos últimos 25 anos o americano Ra Paulette, de 67 anos, vem raspando e modelando cavernas de arenito no Novo México usando apenas instrumentos manuais, transformando-as em 'santuários selvagens' como ele mesmo as chama. 

Ra não tem diploma em esculturas, não é engenheiro e nem arquiteto. Ra é simplesmente um homem que encontrou sua paixão. "Quando se está fazendo o que ama e está atraído por isso, você quer fazer aquilo o tempo todo", diz Ra. "Na arte social a criação do trabalho de arte por si só não é o objetivo como em uma exposição, mas sim uma forma de trazer mudança social. Ao usar a estética para abordar o sofrimento da sociedade, a arte social não se contenta em meramente decorar o mundo, ela tem a intenção de modificá-lo".


Algumas de suas cavernas possuem eletricidade, chão de madeira e água corrente

Ra já escavou ao todo doze cavernas, todas iluminadas pela luz solar que ele deixa entrar por buracos no teto ou janelas. Algumas de suas propriedades foram encomendadas e vendidas por quase $1 milhão de dólares, sendo que todo dinheiro fica para o corretor e não para o artista, que não pretende ficar rico com sua obra de arte, apenas curtir o processo de escavação.

Magnun Opus
Seu mais recente projeto, o Magnun Opus que ainda levará vários anos para ser completado, está sendo escavado para se tornar um espaço comunitário para a população local. Um local de reflexão, onde as pessoas possam encontrar paz na solidão e ouvirem seus sentimentos a ponto de entenderem a si mesmos e à vida. 

Recentemente, muito tempo depois do início destas atividades, Ra ganhou notoriedade e chamou a atenção de um cineasta, que passou 3 anos acompanhando a rotina dele para filmar o que hoje é um documentário chamado "Cave Digger", trabalho indicado ao Oscar de melhor documentário em curta-metragem em 2014.

E Ra nos deixa com a pergunta: "Como podemos mudar o que fazemos antes de mudarmos o que sentimos?"




Fontes: 
websites: The Caves of Ra Paulette, CBS News
livros: Os Monges e Eu - Mary Paterson
documentary: Cave Digger

Thursday, February 5, 2015

Duas Palavras Que Vão Mudar Sua Vida Para Sempre

Título Original: The 2 Words That Will Change Your Life Forever
Autor: Bernard Marr - autor de livros best-seller, consultor de estratégia, gestor de performance, análise, (KPIs) indicador-chave de desempenho e big data.
Tradução Livre: Maria Fernanda Cotrim

De vez em quando algumas palavras nos tocam bem profundamente. Elas nos fazem parar e refletir. Essas palavras e seus significados ficam dentro de nós por um bom tempo. Elas podem até nos inspirar ou nos motivar a fazermos alguma coisa diferente ou a mudar de direção. Essas palavras podem vir de citações de pessoas famosas ou através de amigos, pais, filhos ou de um estranho.

Para mim elas vieram de uma professora da escola a quem chamávamos de Lulu. Aquela não foi uma época feliz da minha vida, eu tinha acabado de perder meu pai em um acidente de carro e meu desempenho na escola estava ruim. Eu andava triste, bravo e revoltado com o mundo. Um dos poucos professores que me ajudou durante aquela fase da minha vida foi Lulu. Me lembro de uma conversa que tivemos um dia. Ela me disse “eu conheço duas palavras que vão mudar sua vida para sempre”. Aquilo me deixou curioso e ouvi atentamente ao que ela tinha a dizer. Ela disse “Essas duas palavras são muito poderosas, são elas: Carpe Diem”. Eu perguntei: “O que elas significam?” Então ela explicou: “Estão em Latin e se traduzem como Aproveite o Dia”.

Ela me explicou que essas palavras se originaram em um poema de Horácio (65 BC - 8 BC) e elas foram usadas em um Épico da Babilônia onde Siduri as usou para insistir que Gilgamesh esquecesse seu luto e abraçasse a vida. Carpe Diem são duas palavras simples mas com muito significado para mim. Elas significam abraçar a vida, agarrar as oportunidades e fazer o melhor do momento presente. Essas duas palavras me ajudaram imensamente naquela fase da minha vida e eu nunca as esqueci. Até hoje eu me pego relembrando delas, que sempre causam um efeito positivo em mim.

Ao invés de remoermos o passado ou nos preocuparmos com o futuro, deveríamos viver o aqui e o agora. Perdemos muito tempo refletindo sobre o passado, sobre coisas que aconteceram, o porque delas terem acontecido, ou sobre o que fizemos de errado. Nós também perdemos muito tempo sonhando com um futuro mais brilhante, com o que gostaríamos de fazer ou nos tornar um dia. Para mim, Carpe Diem me faz lembrar que o ontem já passou, o amanhã ainda não está aqui e o dia de hoje é a nossa única chance de fazer a diferença. Se aproveitarmos ao máximo o hoje, então viveremos por completo.

Deveríamos enxergar cada dia como um presente, uma oportunidade. Cada minuto é valioso, podemos usá-los para aproveitar a vida, para começar alguma coisa ou para terminar. O momento presente é a única chance que temos para fazer o bem e mudar o mundo para melhor - não importa em que proporção.

Cada novo dia é um privilégio. Quando meu pai saiu naquela manhã antes do acidente ele pensou que fosse me ver de novo, ele pensou que ainda teria muitas décadas para dizer o que precisava e para fazer o que ainda queria fazer. O fato é que nós simplesmente não sabemos o que o amanhã trará. Portanto temos que aproveitar cada dia para fazer o que queremos e dizer o que acreditamos ser importante.

O tempo que perdemos sendo infelizes, o tempo que gastamos nos preocupando com o futuro ou remoendo o passado é tempo desperdiçado. Oportunidade e privilégio desperdiçados que não se recuperam mais.

Para mim, Carpe Diem significa livrarmos de preocupações, raivas e negatividades que nos puxam para trás. Nos faz lembrar que, não importa de onde venhamos ou as coisas que enfrentamos no passado, a única coisa que importa é para onde estamos indo e que o futuro começa com os passos que damos hoje. O dia de hoje é nossa única chance de vivermos. Sempre se lembre de que é somente neste momento que podemos ser felizes, podemos amar, sentir, aproveitar e aprender. Portanto, Carpe Diem!

Depois daquela conversa memorável com minha professora eu decidi caminhar até em casa. Andei pela praia e tentei absorver o mundo com todos os meus sentidos para que eu pudesse cheirar a maresia, ver todas as cores do mar e do céu, sentir o sabor do sal, ouvir o canto das gaivotas e sentir o vento no meu rosto. Daquele momento em diante eu me senti acordado e inspirado a agarrar todas as oportunidades que viessem ao meu encontro todos os dias.

Carpe Diem foram as duas palavras que mudaram a minha vida para sempre. E espero que para você elas sejam, ao menos, inspiradoras. 



Thursday, January 29, 2015

A História de Martin Pistorius

"Todos os recursos de que precisamos estão na mente." - Theodore Roosevelt

A história que escolhi para inaugurar este blog  foi extraída de um podcast novo chamado 'Invisibilia', palavra que em latim significa ‘coisas invisíveis’, esse podcast fala sobre forças invisíveis que controlam o comportamento humano, como ideias, crenças, suposições e emoções. 

O episódio que retrato hoje é chamado: A História Secreta dos Pensamentos. As apresentadoras Alix Spiegel e Lulu Miller questionam se nossos pensamentos estão relacionados com nossos desejos interiores e se eles revelam quem realmente somos.

Hoje em dia alguns psicólogos já aceitam que nem todos os nossos pensamentos fazem sentido ou devem ser levados tão a sério. Podemos contrariá-los e mudarmos a forma de pensar. Técnicas como a mindfulness, uma forma de meditação, por exemplo, nos auxiliam a controlar o que pensamos. 
Leiam a incrível história de Martin Pistorius, nascido e criado na África do Sul, que por 13 anos teve apenas seus pensamentos como companhia.


Quando Martin tinha 3 anos de idade, dizia que queria ser o “homem elétrico”, seus pais, Joan e Rodney Pistorius contam que Martin pedia-lhes para comprarem aparelhos eletrônicos pra ele. Ele construía coisas como uma estrela que brilha para a árvore de Natal, um sistema de alarme para manter o irmão longe de seus Legos; Martin até mesmo consertou uma tomada que ninguém mais sabia como consertar. Seus pais não faziam ideia de como Martin sabia fazer tudo aquilo.  

Certo dia em 1988, quando Martin tinha 12 anos, chegou em casa se sentindo muito doente, com a garganta inflamada, pensou ser gripe. Mas ele não sarava. Sua mãe conta que ele “dormia o dia todo, como um bebê”. Quando acordava recusava comida, seu pai era obrigado a forçar comida para dentro de sua boca. Ele começou a apresentar outras complicações como sangramento no nariz.

Vários exames foram feitos e nenhuma doença foi detectada. Aos poucos Martin foi piorando, perdeu a capacidade de se movimentar sozinho, de manter contato visual, até mais tarde perder sua habilidade de falar. “A última coisa que ele disse, ainda no hospital foi ‘quando casa?’. O que ele queria saber era quando ele voltaria pra casa.” conta Joan, muito emocionada. 

E assim ele foi piorando… no segundo ano de sua doença saiu o resultado de uma possível doença: Meningite criptocócica. Eles foram alertados pelos médicos de que seu caso não havia esperança, que ele viveria em estado vegetativo e que tinha zero de inteligência. “Mantenha ele confortável até sua morte.” disse o doutor aos pais de Martin.

O tempo foi passando e a dura rotina continuava como descreve Rodney Pistorius: “acordar todos os dias as 5 da manhã, trocá-lo, colocá-lo no carro, levá-lo ao centro de cuidados especiais, ir buscá-lo, dar banho, alimentá-lo, colocá-lo pra dormir, colocar o alarme para dali duas horas para eu acordar e ir virá-lo na cama para que ele não ficasse com escaras”.

Um dia, Martin escutou sua mãe dizer: “Espero que você morra.” Joan sabe que aquilo foi uma coisa horrível a ser dita, mas como mãe ela não suportava mais ver o filho naquela situação. 

…acordar as 5 da manhã, trocá-lo, colocá-lo no carro… dar banho, alimentá-lo, colocá-lo pra dormir… acordar as 5 da manhã, trocá-lo…


Havia vida dentro daquele ser? Ninguém sabia. Não havia como saber. “Sim, eu estava lá. Não desde o começo, mas mais ou menos 2 anos depois de entrar em estado vegetativo eu comecei a acordar” diz Martin digitando em um teclado de um computador que transmite as palavras escritas, em voz. Durante oito anos, enquanto todos pensavam que ele não estava presente, ele estava. “Eu estava ciente de tudo, como uma pessoa normal”.

Martin acredita ter acordado quando já tinha 16 anos, e ao despertar para a vida, para seu pavor, ele não podia mexer nenhuma parte de seu corpo, nem mesmo falar.

Mais tarde Martin escreveu um livro chamado ‘Ghost Boy’, sem tradução para o português; ele conta que escolheu o título pois era assim que se sentia, um fantasma, uma pessoa que existe, que está ali mas que ninguém sabe. Em um dos trechos ele descreve uma passagem em que tenta avisar seu pai de que ele está consciente: “Eu estou sentado na cama, meu coração está batendo enquanto meu pai tira minha roupa, quero que ele saiba, quero que ele entenda que voltei, mas meu pai não me reconhece”. Naquele momento Martin tentava dizer “pai, você não consegue ver?” mas seu corpo não obedecia, suas tentativas fracassavam, ele tentava de novo e nada. “Todos estavam tão acostumados com o fato de eu não estar ali que nem perceberam quando voltei a estar presente”. 
Apesar de poder ver e entender tudo, aquilo não fazia diferença para ele. Quando aceitou que ficaria naquele estado, que estava realmente preso, ele começou a ter pensamentos como: “Você está completamente sozinho”, “você é patético, impotente, você ficará sozinho para sempre”… “esses pensamentos estavam me humilhando”, diz Martin. Os pensamentos começaram a consumi-lo, mas diferentemente de nós, ele não podia ligar para um amigo pra contar, não podia sair pra correr, não podia nem se mexer na cadeira. Ele estava preso em sua mente.

Suas cuidadoras não tinham muito cuidado com ele, uma delas colocava sopa quente em sua boca, outra o deixava com frio na cadeira de rodas, o colocavam para assistir desenho por horas, todos os dias, durante meses, até que um dia ele se cansou. Ele precisava saber as horas para saber a que horas o desenho iria acabar. E começou a estudar as sombras no chão, a prestar atenção nas conversas, pois não havia relógios por perto. Martin tinha ganho uma motivação, ganhou controle, sabia em que horário do dia estava. Começou a perceber que seus pensamentos podiam lhe ajudar, eles eram seus aliados. Assim, seu mundo mudou, ele tinha um propósito, podia viver em sua imaginação, inventar diálogos com as pessoas a sua volta e quando um pensamento ruim surgia, ele tentava entendê-los e passou a compreender a si mesmo. 

Aos poucos, Martin foi ganhando controle sob seu corpo, aos vinte e poucos anos já conseguia apertar a mão das pessoas e se sustentar em sua cadeira de rodas. Apesar de os médicos duvidarem de sua capacidade mental, uma enfermeira em especial estava convencida de que Martin merecia uma chance. Ele foi encaminhado para uma clínica onde vários testes foram feitos. Ele passou a ter sessões de fisioterapia e aprendeu a mexer no teclado por onde se comunica atualmente. Dois anos após ter sido submetido aos testes, pasmem, Martin conseguiu um emprego, preenchendo documentos em um escritório do governo. Mais tarde abriu sua próprio empresa de design de web, entrou na faculdade de ciência da computação, escreveu um livro, aprendeu a dirigir… e se casou aos 33 anos de idade. 

Após anos preso em seu corpo, não poderia estar mais feliz. “Meu rosto chega a doer de tanto sorrir”, é como Martin conclui sua jornada.

Joanna and Martin
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